
Avançando na leitura de Filomena Mónica, chego à criação de
As Farpas. Em carta dirigida a João Penha, datada de Junho de 1871, Eça de Queirós enuncia o objectivo da publicação: «Jornal de luta, jornal mordente, cruel, incisivo, cortante e sobretudo jornal revolucionário». Sobre o modelo de inspiração: «São as
Guêpes, de Karr*, tratadas ao modo peninsular: mais fogo, mais vigor, mais violência e mais intenção. No estado em que se encontra o país, os homens inteligentes que têm em si a consciência da revolução - não devem instruí-lo, nem doutriná-lo, nem discutir com ele - devem
farpeá-lo.
As Farpas são pois o
trait, a pilhéria, a ironia, o epigrama, o ferro em brasa, o chicote - postos ao serviço da revolução». Que bela primeira farpa!
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Editadas em Paris, sobre a realidade francesa.
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